quarta-feira, 4 de abril de 2018

O Risco Real de Um Novo Golpe Militar

Divulgando...


O golpe civil-militar será anunciado via Twitter?!

Por Bruno Costa

Cinquenta e quatro anos após o golpe civil-militar de 1964 e praticamente dois anos após o golpe parlamentar, jurídico, empresarial e midiático de 2016, a sociedade brasileira se vê ameaçada por um novo golpe civil-militar, reivindicado por generais de pijama e subliminarmente cogitado por generais da ativa, mais uma vez sob influência estrangeira.

A crise das instituições republicanas - agravada sobremaneira pelo processo de ruptura democrática que sequestrou a soberania do voto popular -, a crise da segurança pública e o combate à corrupção conformarão o mote dos milicos, que ainda não toleram conviver com um minimum democrático e ainda não engoliram a Comissão da Verdade, mesmo esta não tendo sido capaz de punir os assassinos e torturadores.

As aproximações sucessivas envolvem o ativismo político não reprimido, operações GLO, a intervenção militar no Rio de Janeiro e o controle tácito do Supremo Tribunal Federal, induzido a desrespeitar a Constituição Federal e a permitir a prisão ilegal do ex-presidente Lula.

Somente uma ampla e unitária mobilização popular pode afastar a ameaça de um novo golpe civil-militar, e para que esta mobilização ocorra é necessário desde já se constituir uma frente única em defesa da democracia e contra a ascensão do fascismo, que seja capaz de resgatar da sonolência todas as brasileiras e todos os brasileiros que defendem o poder da voz em detrimento do silêncio, o poder das ideias em detrimento das armas, o poder do voto em detrimento da tirania, o poder da liberdade em detrimento da masmorra.

O Presidente da República, ilegítimo, não tem autoridade política para dividir ou conter as forças armadas, no máximo para suplicar clemência. A Presidente da Suprema Corte, apequenada, não tem coragem nem compromisso com a Constituição para denunciar internacionalmente o avanço dos coturnos. O Presidente do Congresso Nacional, por sua vez, dispensa comentários.

Cabe às forças democráticas do nosso país a tarefa de conter o avanço do fascismo, esteja ele fardado ou não. Ou ocupamos as ruas para escrever o futuro do Brasil ou as ruas serão ocupadas por jovens militares que aprenderam a ser idólatras do torturador Brilhante Ustra.

Não podemos esperar que o comandante do Exército anuncie a movimentação das tropas via Twitter, à moda Donald Trump. É hora de honrar a memória do estudante Edson Luís e de tantos outros lutadores e lutadoras que tombaram combatendo a ditadura.

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