terça-feira, 27 de novembro de 2018

Paulo Freire ameaçado de expurgo


Divulgando de Instituto Paulo Freire
Paulo Freire ameaçado de expurgo
Somos uma organização não-governamental com 27 anos de existência, criada para continuar e reinventar o legado freiriano. Paulo Freire acompanhou de perto a sua constituição, participando da discussão do seu estatuto, da definição de seus princípios, de suas linhas de atuação e contribuindo com suas valiosas e esclarecedoras reflexões sobre os projetos em desenvolvimento. Abrigamos a biblioteca do educador brasileiro e grande parte de seu acervo, reconhecido pela Unesco como patrimônio documental da humanidade.
Mais de 5 mil pessoas já passaram pelo Centro de Referência Paulo Freire. Um quinto dessas pessoas são estrangeiros representantes de mais de 40 países, dentre eles: Inglaterra, Itália, Índia, Japão, China, Canadá e tantos outros. Este educador reconhecido internacionalmente por suas contribuições às ideias pedagógicas está, neste momento, ameaçado de ser expurgado da educação brasileira. Vivemos tempos de perplexidades sucessivas. Esta é mais uma delas.
Não é a primeira vez que suas ideias são ameaçadas. O autor de Pedagogia do oprimido, obra que, em 2018, completa 50 anos, foi preso e exilado no período da ditadura. Sua resposta ao cerceamento foi um convite ao diálogo e à coragem de lutar; frente à violência, ao silenciamento, a luta pelo direito à liberdade de expressão, ao pensamento crítico.
Paulo Freire sempre se opôs à doutrinação, à manipulação. Defendia o diálogo de saberes: o saber científico, o saber sensível, o saber técnico, tecnológico, o saber popular, sem discriminação, respeitando e valorizando a diversidade e os direitos humanos. Como um ser humano conectivo, esperançoso, jamais deixou de acreditar na capacidade da humanidade de criar “um mundo em que seja menos difícil amar”, como escreveu, no exílio, em 1968, no final de seu livro mais conhecido: Pedagogia do oprimido.
Alguns gostariam de retirar Paulo Freire das prateleiras das escolas, mesmo que sejam poucas as que ainda têm livros dele; outros ameaçam expurgar os livros didáticos, onde, porventura, se faz alguma menção a ele. Não vimos ninguém, até agora, propondo a queima de seus livros em praça pública. E esperamos que não chegue esse momento. Para isso, estamos vigilantes! Sabemos que suas ideias não agradam a todos. E isso é próprio da democracia, como espaço amplo, fecundo e generoso do debate de ideias, em que cada pessoa possa, com autonomia, dizer a sua palavra e construir a sua própria história.
Contestar Paulo Freire é, na verdade, contestar a própria democracia que ele defendia ao lado de outros grandes educadores do século XX, como John Dewey, Martin Buber, Jean Piaget e Maria Montessori, ao lado de brasileiros e brasileiras como Anísio Teixeira, Fernando de Azevedo, Cecília Meirelles e Rubem Alves, entre outros. Para todos e todas que desejam conhecer e viver uma pedagogia de inspiração humanista, sua obra é imprescindível e deveria estar em todas as escolas.
A liberdade é um princípio de toda educação e o ofício de ensinar, uma conquista da humanidade. Sem democracia não há aprendizagem. Intimidar professores é negar ao povo o direito à educação. A pedagogia dialógica defendida por Paulo Freire é considerada como uma referência de qualidade científica e reconhecida por intelectuais e universidades de todo o mundo.
As teorias de Paulo Freire cruzaram as fronteiras das disciplinas, das ciências, criando raízes nos mais variados solos, fortalecendo teorias e práticas educacionais, bem como auxiliando reflexões não só de educadores e educadoras, mas, também, de médicos, terapeutas, cientistas sociais, economistas, filósofos, antropólogos, psicólogos, artistas, juristas e profissionais de diversas outras áreas. Se elas tocaram corações e mentes e ressoaram em tantos lugares, pelos quatro cantos do mundo, é porque elas atendem a uma necessidade não só de construção de conhecimentos baseados em evidências e dados, mas também porque, despertam nas pessoas que entram em contato com elas, a capacidade de serem melhores, menos arrogantes, mais respeitosas, para viverem plenamente suas existências num mundo mais justo, produtivo e sustentável.
Por isso, o Instituto Paulo Freire manifesta-se, neste momento, em defesa do legado freiriano como parte da luta pela democracia e pela liberdade de ensinar e aprender, e convida todos e todas que se solidarizam com essa causa a se somar, a criar um grande movimento, a partir de seus próprios espaços, cada um com sua criatividade e suas condições, construindo uma teia solidária de resistência e luta por uma educação emancipadora, transformadora e democrática. Vamos juntos em defesa de Paulo Freire! “Amar é um ato de coragem”, como nos ensinou Paulo Freire. Mais amor e menos violência.
Escreva seu texto, faça sua charge, sua ilustração, sua música, seu poema, sua aula pública, seu documentário, seu vídeo, organize suas atividades, compartilhe conosco notícias do que vem sendo feito, pelo e-mail: comunicacao@paulofreire.org e acompanhe o blog Resistência e Luta pela Democracia. Vamos tecer esperança!
Conheça e saiba mais:
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INSTITUTO PAULO FREIRE DE EDUCAÇÃO E DIREITOS HUMANOS – IPF
Rua Cerro Corá, 550 - Alto da Lapa - São Paulo - SP - 05061-100 | Tel.: 55 11 3021-1168
- Instagram: @institutopaulofreire


quinta-feira, 22 de novembro de 2018

Cargos na Secretaria de Educação do DF serão ocupados com seleção

Divulgando de Metrópoles...


Cargos na Secretaria de Educação do DF serão ocupados com seleção

Novo secretário da pasta está firmando parcerias com entidades privadas e ONGs para profissionalizar gestão pública.
Priscilla Borges 21/11/2018 13:01 . atualizado em 21/11/2018 13:44
Os cargos estratégicos da Secretaria de Educação do Distrito Federal serão ocupados, a partir de 2019, por meio de seleção. O processo incluirá análise de perfil dos candidatos, testes de resiliência, integridade e competências, avaliação de experiência e formação. A Fundação Lemann, uma organização não governamental da área educacional, será a responsável por traçar a metodologia. Além disso, vai promover formação profissional continuada aos escolhidos para ocupar as vagas de subsecretários, coordenadores regionais, secretários adjuntos e assessores.
Segundo Rafael Parente, que assumirá a secretaria, várias parcerias com entidades sem fins lucrativos ou empresas dispostas a contribuir com o governo serão realizadas. O objetivo é profissionalizar os processos de gestão da pasta. “Para conseguir resultados rápidos, precisamos de uma equipe 100% profissional, comprometida e íntegra”, afirmou em entrevista exclusiva ao Metrópoles. Os diretores de escolas continuarão sendo eleitos.
Mais sobre o assunto
Além da Fundação Lemann, outras duas entidades já se mostraram dispostas a colaborar. Uma delas é a Falconi Brasil, experiente empresa de consultoria em gestão que ajudará a criar planejamentos estratégicos para a secretaria. A Falconi terá a tarefa de identificar as prioridades da área, otimizar processos, definir indicadores para medir resultados e sucessos. Parente pretende montar escritórios de projetos dentro da secretaria.
A outra, ainda em negociação, é a Vetor Brasil. Organização sem fins lucrativos, atua em parceria com governos estaduais e municipais para desenvolver profissionais. Eles devem ajudar na seleção da equipe que vai compor as subsecretarias da pasta. Os servidores interessados em ocupar os cargos poderão se inscrever para os processos seletivos assim que forem abertos. A secretaria divulgará as informações.
Sem contrapartida
As consultorias não serão remuneradas, de acordo com o secretário. “Estamos abertos a mais parcerias, mas é importante destacar que as entidades não receberão verbas do GDF na nossa gestão. Elas não poderão participar, inclusive, de qualquer licitação do governo”, garante.
Parente admite uma possível resistência à nova metodologia de escolha dos cargos estratégicos. Porém, acredita ter os argumentos necessários para convencer os mais céticos de que a “causa é nobre”. “O que queremos é uma educação melhor para todos. Minha principal meta é colocar o DF em primeiro lugar no Ideb em todas as etapas de ensino e a gente tem total condição para isso”, afirma.
O Ideb é o indicador do Ministério da Educação que avalia a qualidade do ensino público em todas as redes. Ele traça metas para cada etapa do ensino fundamental e para o ensino médio. Na última divulgação de resultados do indicador, em 2017, o Distrito Federal só atingiu a nota projetada para os anos iniciais do ensino fundamental. O pior desempenho foi no ensino médio, que ficou com índice de 3,4 (a meta era 4,4).
Para o novo secretário, o maior desafio será motivar, estimular e melhorar as condições de trabalho dos servidores da rede. Ele também defende mudanças na burocracia da pasta, que define como lenta e, muitas vezes, ineficiente. “Os funcionários são competentes e precisam de motivação, mas os processos burocráticos precisam ser mais inteligentes e profissionais, além de menos morosos”, destaca.
Ele replicará no DF parte do modelo de gestão que ajudou a implementar na Secretaria Municipal do Rio de Janeiro. Parente foi subsecretário de educação entre 2009 e 2013. “É uma mudança cultural e, por isso, muito desafiadora, mas o governador me pediu resultados rápidos, e a profissionalização da gestão é o caminho.”


Apesar da estratégia temos que conhecer e analisar melhor as parcerias.
 

Professores... O que é isso?

terça-feira, 20 de novembro de 2018

Futuro Secretário de Educação do DF se pronuncia

Divulgando de Metrópoles...


Para onde deve caminhar a Educação do Distrito Federal?
18/11/2018 5:22 . atualizado em 19/11/2018 22:30
Uma sociedade não evolui sem investir em educação. Dela dependem os desenvolvimentos econômico, social e humano, o bem-estar, a qualidade de vida, a saúde, a segurança, etc. Os países mais ricos e sérios priorizam, realmente, a educação. Países em desenvolvimento acelerado, como Polônia, Vietnã, República Checa e Estônia conseguiram construir um pacto político e social pela educação. É disso que precisamos no Distrito Federal, e é essa a vontade do novo governo.
A rede distrital já tem uma série de vantagens em relação à média nacional, mas enfrenta enormes desafios. Temos o melhor quadro técnico, com a maior proporção de mestres e doutores, menores distâncias geográficas e remunerações superiores à média (o que não significa que não devamos ser mais ambiciosos).
Entretanto, precisamos melhorar muito a infraestrutura das escolas, as condições de trabalho, as políticas de formação continuada, de reconhecimento, de comunicação, de articulação e de transparência. É fundamental ampliar e qualificar os investimentos em diversas áreas. Devemos motivar os profissionais da educação e cuidar deles.
Mais sobre o assunto
Para enfrentar os desafios internos da rede e das escolas, não há outra saída senão a de contar com a seleção e o desenvolvimento profissional contínuo de técnicos altamente qualificados ocupando posições estratégicas. Nossos profissionais devem ser competentes, íntegros, comprometidos e motivados. Para isso, já começamos o planejamento de uma série de ações, como incluir a análise de currículo e de perfil na seleção de assessores, subsecretários e coordenadores regionais.
Nossos espaços escolares, nosso currículo, nossas metodologias e rotinas precisam passar por um processo de modernização. Nossas escolas serão espaços acolhedores, inspiradores e desafiadores. Os alunos não podem se sentir inseguros ou com medo. Precisam compreender a relevância do processo educacional e do conteúdo apresentado e, sobretudo, sentir que fazem parte de uma comunidade"
Os métodos de ensino devem se aproximar da forma como aprendemos hoje. Avanços tecnológicos que vêm impactando nossos hábitos e trabalhos serão utilizados. O acesso à internet de qualidade deve ser viabilizado. Novas descobertas das neurociências influenciarão nossas ações pedagógicas. Atividades que proporcionam o desenvolvimento de habilidades e competências essenciais para a vida serão incluídas nos planejamentos de aulas.
Estímulo aos professores
Os professores, em geral, são pessoas idealistas, que se sentem desestimulados e incapazes frente ao sistema. A carreira precisa ser atraente, com formações (iniciais e continuadas) que privilegiam a prática de forma efetiva e a constante melhoria, respeitando a singularidade de cada profissional.
O trabalho dos professores depende de materiais didáticos de qualidade e de metodologias mais atuais. Macrotendências mundiais na didática, como aprendizagem baseada em projetos, personalização e gamificação, serão conhecidas e praticadas, com infraestrutura adequada para sua utilização.
Além disso, sabemos que a comunidade escolar é constituída por outros atores e que a aprendizagem pode acontecer a qualquer hora, em qualquer lugar. Diferenças na participação de familiares são perceptíveis antes mesmo da pré-escola, já que os anos iniciais são decisivos para o desenvolvimento do cérebro.
O número de palavras conhecidas por uma criança quando ela inicia sua vida escolar tem grande influência sobre seu sucesso acadêmico, uma vez que quanto mais sabemos, mais facilidade temos para aprender. Devemos aumentar a integração e melhorar a qualidade nas relações entre escola, família e bairro. Combateremos, com políticas públicas adequadas, a violência urbana, que contribui para a baixa aprendizagem.
Investimento em formação
Vamos investir no aumento da eficiência da gestão, em níveis micro e macro. Nossos diretores e coordenadores de escolas necessitam ter formação e ferramentas adequadas. As políticas educacionais devem ser calcadas em evidências científicas e referenciadas por tendências globais.
Precisamos melhorar a implementação e a avaliação dessas políticas, além da articulação com outras pastas, como cultura, esportes, saúde e assistência social. A burocracia deve ser inteligente e ágil. A descontinuidade de quadros profissionais, de políticas e de projetos só deve acontecer quando comprovadamente ineficientes.
Transformar uma rede de educação é uma tarefa extremamente complexa, que requer respeito, diálogo e planejamento para que tenhamos profissionais e alunos comprometidos e motivados. Apesar da quantidade e do tamanho dos desafios, que não devem ser subestimados, sabemos que essa é a mais importante de todas as causas e enxergamos essa oportunidade como uma missão.
Vamos, juntos, escolas, famílias e toda a sociedade fazer o que precisa ser feito para que possamos fazer a travessia da realidade que temos para a realidade que precisamos, queremos e merecemos.
*Rafael Parente – PhD em Educação pela NYU e futuro secretário de Educação do DF


Artigo do Secretário de Educação do próximo governo do Distrito federal na revista Metrópoles.
Me pareceu interessante à primeira vista pelos ‘assuntos’ abordados!

Meu amigo professor Evandir Pettenon do CEd 310 de Santa Maria-DF me enviou a imagem abaixo (que parece ser de um perfil do nosso futuro chefe) afirmando que o mesmo é progressista - ele, professor Evandir, já havia me dito antes que “esperava ele (o próximo secretário de educação) bem mais neoliberal”, pois algumas das suas ligações são de muito interesse de grupos neoliberais da iniciativa privada que, com algumas ressalvas, querem se adonar da educação pública brasileira - incluindo do DF – como o “Todos pela Educação”. Ah! Isso é uma avaliação pessoal, minha!
Ainda estou em dúvida se ele é progressista, anti Bolsonaro ou apenas mais um neoliberal adocicado que ‘se importa’ com algumas ‘causas sociais’. Pelo menos uma iniciativa que eu particularmente esperava da parte do próximo Secretário de Educação parece que vai acontecer: que ele convidasse o SINPRO-DF para um bate papo e, segundo uma agenda que me foi repassada, via WhatsApp, pela companheira e diretora do sindicato, professora Goretti, está agendada para o dia (26/11 Reunião com futuro Secretário de Educação (só comissão de negociação) às 9h;) e isto, a meu ver demonstra senão um compromisso verdadeiro ainda impossível de se comprovar (pois só vamos ver isto na prática), uma enorme boa vontade da parte do nosso futuro chefe.
E, afinal, o fato é que 'classificar' alguém - mesmo quando o conhecemos bem - é um processo extremamente contraditório e ainda é muito cedo para opiniões mais abalizadas...
Que ele seja bem vindo!
JKim #Lula LIVRE da Silva (professor do CEF 316 de Santa Maria-DF)