Divulgando de YAHOO!
Wagner
Moura divulga texto criticando fim do Ministério da Cultura
Wagner Moura divulgou
nesta terça-feira (17) um texto no qual critica o fim do Ministério da Cultura
(MinC), uma das primeiras medidas do governo provisório de Michel Temer (PMDB).
Segundo o ator, sua opinião a respeito do tema foi solicitada pelo jornais O
Estado de S. Paulo e Zero Hora.
Leia abaixo o texto na íntegra:
Escrevi essa resposta-texto para jornalistas do
Estado e da Zero Hora que queriam minha opinião sobre a extinção do Minc. O
Zero Hora vai dar. O Estado se recusou.
A extinção do Minc é só a primeira demonstração de
obscurantismo e ignorância dada por esse Governo ilegítimo.
O pior ainda está por vir.
Vem aí a pacoteira de desmonte de leis
trabalhistas, a começar pela mudança de nossa definição de trabalho escravo,
para a alegria do sorridente pato da FIESP, que pagou a conta do golpe.
Começaram transformando a Secretaria de Direitos
Humanos num puxadinho do Ministério da Justiça.
Igualdade Racial e Secretaria da Mulher também:
tudo será comandado pelo cara que no Governo Alckmin mandou descer a porrada
nos estudantes que ocuparam as escolas e nos manifestantes de 2013.
Sob sua gestão, a PM de São Paulo matou 61% a mais.
Sabe tudo de direitos humanos o ex-advogado de
Eduardo Cunha, o senhor Alexandre de Moraes.
Mas claro, a faxina não estaria completa se não
acabassem com o Ministério da Cultura, que segundo o genial entendimento dos
golpistas, era um covil de artistas comunistas pagos pelo PT para dar opiniões
políticas a seu favor (?!!!).
Conseguiram difundir essa imbecilidade e ainda a
ideia de que as leis de incentivo tiravam dinheiro de hospitais e escolas e que
os impostos de brasileiros honestos sustentavam artistas vagabundos.
Os pró-impeachment compraram rapidamente essa
falácia conveniente e absurda sem ter a menor noção de como funcionam as leis
(criadas no Governo Collor!) e da importância do Minc e do investimento em
Cultura para o desenvolvimento de um país. É muito triste tudo.
Ontem vi um post em que Silas Malafaia comemorava a
extinção “do antro de esquerdopatas”, referindo-se ao Minc. Uma negócio tão
ignóbil que não dá pra sentir nada além de tristeza. Predominou a
desinformação, a desonestidade e o obscurantismo.
Praticamente todos os filmes brasileiros produzidos
de 93 para cá foram feitos graças à lei do Audiovisual. Como pensar que isso
possa ter sido nocivo para o Brasil?!
Como pensar que o país estará melhor sem a
complexidade de um Ministério que cuidava de gerir e difundir todas as
manifestações culturais brasileiras aqui e no exterior?
Bradar contra o Minc e contra as leis (ao invés de
contribuir com ideias para melhorá-las) é mais que ignorância, é má fé mesmo.
E agora que a ordem é cortar gastos, o presidente
que veio livrar o Brasil da corrupção e seu ministério de homens brancos, com
sete novos ministros investigados pela Lava Jato, começa seu reinado varrendo a
Cultura da esplanada dos Ministérios… Faz sentido.
Os artistas foram mesmo das maiores forças de
resistência ao golpe. Perdemos feio.
Acabo de ler que vão acabar também com a TV Brasil.
Ótimo. Pra que cultura?
Posso ouvir os festejos nos gabinetes da Câmara,
nos apartamentos chiques dos batedores de panela, na Igreja de Malafaia e na
redação da Veja:
“Acabamos com esse antro de artistazinhos comprados
pelo PT! Estão pensando o que? Acabamos a mamata da esquerda caviar! Chega de
frescura! Viva o Brasil!”
Trevas, amigo… E o pior ainda está por vir.
Foto: Flickr/brasilemrede
Nenhum comentário:
Postar um comentário